quinta-feira, 31 de julho de 2008




Teresa de Jesus (de Ávila)



Nasceu em 18 de março de 1515, em Gotarrendura, e morreu em 4 de outubro de 1582, venerada pela igreja católica e canonizada em 1622, em Roma pelo papa Alexandre VII. Sua festa litúrgica é comemorada no dia 15 de outubro.
Teresa de Cepeda e Ahumada nasceu na província de Ávila, Espanha, numa família da baixa nobreza. Seus pais chamavam-se Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz Dávila e Ahumada. Teresa refere-se a eles com muito carinho. Alonso teve três filhos de seu primeiro casamento. Beatriz deu-lhe outros nove.
Aos sete anos, gosta muito de ler histórias dos santos. Seu irmão Rodrigo tinha quase a sua idade, por isto costumavam brincar juntos. As duas crianças viviam pensando na eternidade, admiravam a coragem dos santos na conquista da glória eterna. Achavam que os mártires tinham alcançado a glória muito facilmente e decidiram partir para o país dos mouros com a esperança de morrer pela fé. Assim sendo, fugiram de casa, pedindo a Deus que lhes permitisse dar a vida por Cristo. Em Adaja encontraram um dos tios que os devolveu aos braços da aflita mãe. Quando esta os repreendeu, Rodrigo colocou toda a culpa na irmã. Com o fracasso de seus planos, Teresa e Rodrigo decidiram viver como ermitães na própria casa e construíram uma cela no jardim, sem nunca conseguir terminá-la. Desde então, Teresa amava a solidão.
A mãe de Teresa faleceu quando esta tinha quatorze anos: "Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então me dirigi a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha". Quando completou quinze anos, o pai levou-a a estudar no Convento das Agostinianas de Ávila, para onde iam as jovens de sua classe social.
Um ano e meio mais tarde, Teresa adoeceu e seu pai a levou para casa. A jovem começou a pensar seriamente na vida religiosa que a atraia por um lado e a repugnava por outro. O que a ajudou na decisão foi a leitura das "Cartas" de São Jerônimo, cujo fervoroso realismo encontrou eco na alma de Teresa. A jovem comunica ao pai que desejava tornar-se religiosa, mas este pediu-lhe para esperar que ele morresse para ingressar no convento. No entanto, em uma madrugada, com 20 anos, a santa fugiu para o convento Carmelita de Encarnación, em Ávila, com a intenção de não voltar para casa.
Seu pai ao vê-la tão motivada, deixou que seguisse com o que queria. Um ano depois fez profissão dos votos. Um pouco depois, uma enfermeira começou a olestá-la antes de fazer os votos, seu pai a tirou do convento. Teresa havia pirado, e seu pai a levou ao hospital. Os médicos já tinham se dado por vencidos, quando graças a um livro que, seu tio Pedro deu a ela, o terceiro alfabeto espiritual, começou a pratica-lo em orações mentais, conseguio vencer a doença, e voltou ao Carmelo.
Logo que chegou, conquistou a todos com sua caridade e amabilidade. Segundo as regras dos conventos espanhóis, as religiosas podiam receber todos os visitantes que desejassem, e como ela passava muito tempo fazendo isso, se descuidou de sua orção mental. Pouco depois da morte de seu pai, o confessor de Teresa fê-la voltar a praticar a oração mental, pois isso a ajudaria muito. No entanto não estava decidida a entregar-se totalmente a Deus, nem a renunciar o tempo que passava recebendo as visitas. Mesmo assim, nunca deixou de prestar atenção nos sermões, por piores que fossem.
Decidiu fundar um convento reformado. As autoridades aprovaram, porém muitas pessoas da nobresa criticram, até suas proprias irmãs o fizeram. Apesar disso tudo, prossegui com o projeto. Acabou fundando esse convento e mais dois no fim de sua vida. Morreu em uma viajem.
Teresa é uma das maiores personalidades da mística católica de todos os tempos. Suas obras, especialmente as mais conhecidas (Livro da Vida, Caminho de Perfeição, Moradas e Fundações), contém uma doutrina que abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até à intimidade com Deus no centro do Castelo Interior. Suas cartas no-la mostram absorvida com os problemas mais triviais. Sua doutrina sobre a união da alma com Deus é bem firmada na trilha da espiritualidade carmelita, que ela tão notavelmente soube enriquecer e transmitir, não apenas a seus irmãos, filhos e filhas espirituais, mas à toda Igreja, à qual serviu fiel e generosamente. Ao morrer sua alegria foi poder afirmar: "Morro como filha da Igreja".
Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos.

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