quinta-feira, 31 de julho de 2008

Simone de Beauvoir

Nasce em 1908 e morre em1986. Nasceu em Paris, primeira filha de uma família de situação econômica confortável.
Duas experiências marcam sua juventude: a leitura de Balzac, que a faz perceber que já não acredita em Deus e a intensa amizade com Elizabeth Mabille (Zazá), sua “única relação não livresca” de adolescência, que morreu jovem de um mal desconhecido. A ex periência da morte de Zazá impressiona profundamente Simone, e permite a descoberta do sentido do luto, da morte, do absurdo da vida. Elas haviam se inscrito juntas para a universidade de Sorbonne, onde Simone estudou matemática e filosofia e conheceu Jean-Paul Sarte (1905-1980) e Paul Nizan, entre outros que fariam parte do grupo de intelectuais franceses mais importantes após a Segunda Guerra Mundial.
Muito jovem já era uma leitora ávida e decidiu precocemente ser uma escritora. Orientou-se por este projeto e deixou vasta obra literária e filosófica, sendo que muitos dos seus textos são autobiográficos, como Memórias de uma Moça Bem Comportada (1958), A Força da Idade (1960), A força das Coisas (1963), Uma Morte muito Doce (1964), Balanço Final (1972) e A Cerimônia do Adeus (1981). Nestes textos, retoma e examina recorrentemente, os primeiros trinta e cinco anos de sua vida, examinando a fundo este período de sua vida e estabelecendo conexões sempre novas com suas experiências posteriores.
A vida adulta de Simone esteve marcada pelos acontecimentos culturais e políticos da época e decididamente vinculados à sua relação intelectual e afetiva com Sartre. Foi colaboradora assídua da revista Le Temps Modernes, fundada por ele e Maurício Merleau-Ponty em 1945, e nas décadas de 50 e 60 viajou pelo mundo debatendo sua produção filosófica e literária, bem como interagindo com vários grupos políticos e feministas. Por uma moral da Ambigüidade (1947) e O Segundo Sexo (1947), sua obra mais famosa, que tornaram-na um ícone da movimento feminista do
s anos 60 e 70, consolidam Simone como uma filósofa existencialista, que também utiliza os pressupostos fenomenológicos e do materialismo histórico para pensar o seu tempo.
Em 1970 escreve A Velhice, que retoma as análises de O Segundo Sexo para tratar do tema existencial do envelhecimento na perspectiva da mulher. Ganhou um prêmio literário por Os Mandarins (1954) e fez sucesso com a narrativa Todos os Homens são Mortais (1946) e A Convidada (1967).

Em 1957, escreveu A Grande Marcha, sobre a Revolução Chinesa, um estudo documental, crítico e problemático sobre a China após a revolução de 1949. Junto com Sartre, foi nomeada membro do Tribunal Russerl, o tribunal internacional encarregado de julgar os crimes cometidos pelos norte americanos e seus aliados na guerra do Vietnã.
Em 1968, polemizou sobre a invasão soviética à Tchecoslováquia e se uniu ao movimento estudantil do chamado maio francês. A partir dos anos 70, engajou-se ativamente nas ações do Movimento de Libertação das Mulheres, grupo feminista da “Segunda Onda” francês e participou com os dissidentes russos em ações de solidariedade em favor dos perseguidos por motivos ideológicos e políticos. Falece em 1986, seis anos após a morte de Sartre.

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