quinta-feira, 31 de julho de 2008

Modernidade (Séc. XV - XVIII)
Introdução:
Ao longo da Idade Média, as possibilidades de estudo para as mulheres era restrita à sua entrada em alguma ordem religiosa ou em algum mosteiro onde poderia aprender a ler, estudar as escrituras e receber alguma noção elementar de direito civil e canônico; algumas chegavam a ocupar cargos de bibliotecária, escrevente (copista) ou professora. Até o renascimento, dominava a idéia de desigualdade das capacidades intelectuais e profissionais entre os sexos, o que se refletia nas concepções pedagógicas da época. Vozes isoladas e com motivações diversas propagavam a necessidade da educação das mulheres: Erasmo de Rotterdam dizia que a educação de ambos era necessária para o bom convívio do casal numa sociedade em que homens e mulheres estão destinados a viver juntos; Martin Luther, para que as jovens pudessem ler a Bíblia por si mesmas. Até o século VII o debate sobre a educação foi animado por intelectuais, literatos e pedagogos que propunham um modelo diversificado de educação, conforme o sexo, visando justificar destinos sociais diferentes para homens e mulheres. O pedagogo Amos Comenius (1592-1670) foi uma exceção ao propor uma teoria da instrução universal, para todas as idades, todas as classes sociais, sem distinção de sexo. O humanismo, que na Itália iniciou-se com Petrarca e Boccaccio, ofereceu uma obra mitológico-literária que resgata as figuras femininas notáveis da antigüidade, distinguindo o papel da mulher no campo cultural (De mulieribus claris –1361). O Renascimento, nos séculos XV e XVI, coincidem com a abertura gradual dos níveis mais elevados de instrução para as mulheres e com o fim da proibição do acesso feminino aos campos da arte e da literatura, pelo menos para uma elite aristocrática ou burguesa. Por outro lado, toda esta efervescência científica e cultural não é capaz de impedir que os tribunais da Inquisição espalhem o terror e a morte, principalmente entre as mulheres mais pobres e velhas, viúvas ou solteiras, durante três séculos.

Nenhum comentário: