quinta-feira, 31 de julho de 2008

Lou Andreas-Salomé


Nasceu em 1861 em São Petersburgo e morreu em 1937. Foi uma intelectual alemã nascida na Rússia. Ela escandalizou a sociedade e quebrou as regras morais, teve vários amantes, mulher sensível, mito, muito sensual.
A produção literária de Lou esteve sempre muito ligada aos seus envolvimentos amorosos e da relação com Rilke, aos 36 anos, resultaram obras fundamentais da escritora como "A humanidade da mulher" e "Reflexões sobre o problema do amor".
“Ouse, ouse... ouse tudo!!
Não tenha necessidade de nada!Não tente adequar sua vida a modelos,nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.Acredite: a vida lhe dará poucos presentes.Se você quer uma vida, aprenda... a roubá-la!Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer.Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso:algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!”
Louise von Salomé teve um papel intelectual de primeira ordem na cultura européia na virada do século. Associada aos nomes famosos do filósofo Nietzsche, do poeta Rainer Maria Rilke e do pai da psicanálise Sigmund Freud, ela encarna uma síntese de individualidade e espírito de época raro. Nasceu na Rússia, em São Petesburgo, numa família que se orgulhava de suas origens alemãs e professava a religião luterana.
Teve uma educação esmerada, dedicando-se aos estudos literários e filosóficos com o pastor holandês Hendrick Gillot, um homem de cultura e viajado. Dotada de uma grande inteligência e uma aparência agradável, freqüentava o estúdio de seu professor, que a definia como livre pensadora, para ler Descartes, Rousseau, Pascal, Kant, Rousseau, Voltaire e textos de história das religiões. Por conselho de seu preceptor, matricula-se numa universidade italiana e passa freqüentar o salão de Malwida von Meysergurg (1816-1903), uma intelectual liberal que também a hospeda. Ali conhece o filósofo Paul Ree. Judeu ateu e nihilista com quem estabelece uma relação intelectual que lhes levou a viver juntos como “irmão e irmã”, segundo suas palavras.
O debate entre ambos acerca da questão de Deus, que Lou entendia como uma falta e busca e não como uma recusa da questão, teve mais um participante: Friedrich Nietzsche, que também perambulava pela Itália na época. A relação a três durou o tempo de Nietzsche enamorar-se dela e pedir-lhe em casamento, o que ela recusou e significou a ruptura com ele, indo embora para Berlin com Paul Ree.
Na Alemanha, conhece em 1987 o então jovem e desconhecido poeta Rainer Maria Rilke, com quem mantém um intenso romance e uma correspondência até 1926. Em uma viagem à Rússia, em 1889, com Rilke, encontra o escritor León Tolstói, com quem debate acerca da possibilidade de conciliar progresso técnico e científico com o espírito religioso russo.
Em 1919, por sugestão do filósofo judeu Martin Buber, escreveu seu primeiro ensaio de argumento psicológico, O Erotismo, rompendo com o terreno da arte e da literatura onde até então transitava. Este ensaio lhe abriu caminho até Freud, coroando uma intensa busca existencial e intelectual. A partir daí passou a freqüentar os ter ritórios de debate psicanalíticos e encontrou nesta teoria o argumento que necessitava para articular seus maiores interesses: a arte, a religião e a experiência amorosa, como se pode verificar em seus textos: Reflexões sobre o problema do amor (1900); Religião e Cultura (1898) e mesmo o ensaio de 1986, Jesus, o judeu. A partir de 1923, começa a ser analista didática e publica, em 1931, Meu Agradecimento a Freud, entre outros tantos textos não indicados aqui. OBS.: Em português está disponível o livro Minha Vida, pela Brasiliense, 1985.

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