quinta-feira, 31 de julho de 2008

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“À pergunta “existem mulheres filósofas?” pode-se responder que sim, tanto no passado quanto no presente, embora nossos currículos tradicionais ainda as ignorem. O entendimento do que é a filosofia, que subjaz como critério de apresentação das pensadoras, é bastante amplo para considerar que a reflexão filosófica interessa-se por tudo o que se refere à condição humana e gera pensamento reflexivo, discursivo, narrativo, ficcional ou poético, argumentativo, conceitual e criativo. Na história do pensamento filosófico, o interesse dos protagonistas pode concentraram-se mais em um ou outro campo das atividades humanas e da existência, mostrando o diálogo com a sua época e uma visão de mundo que enriquece a civilização (neste caso, a ocidental) e o próprio gênero literário. As mulheres pensadoras não são uma exceção: são apenas a parte esquecida de um processo histórico que selecionou e alimentou, privilegiadamente, a memória da vida e obra dos homens na filosofia. Se entendermos que o processo civilizatório é fruto do trabalho conjunto de mulheres e homens, está na hora de voltarmos o nosso olhar na direção das contribuições daquelas que foram esquecidas. Talvez esta virada revele dimensões da atividade filosófica passada que permitam a geração de novos sentidos e práticas na atividade filosófica, atual e futura.”
(Ana Míriam Wuensch- professora da Universidade de Brasília)

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